De Buenos Aires recordo a imponência dos edifícios e avenidas e a beleza das suas gentes.
Esta é a cidade onde Madrid, Barcelona e o Brasil se encontram.
Da largueza da Avenida 9 de Julio com as suas frenéticas 10 faixas para cada lado, às ruelas de San Telmo e Palermo. Deambulámos sem grande rumo durante 3 dias.
Experimentámos o modesto metro com ventoinhas onde deveriam estar os aparelhos de ar condicionado. Andámos de autocarro, onde só se pode comprar bilhete com moedas, o que faz com que estas sejam um bem precioso e todos tenham um “monedero”. Apaixonámo-nos por Palermo. Zona em expansão com aires de Nova Iorque, convenientemente dividida em Palermo Soho e Palermo Hollywood, poiso mais de artistas que de turistas.
Imaginamo-nos com demasiada facilidade a viver aqui, ou como eles dizem, acá. A fazer a pé o trajecto diário entre um dos maravilhosos prédios e uma qualquer loja ou padaria que inauguraríamos com uma festa na rua.
Cheira bem em todo o lado. Em todo o lado! Apanhem um autocarro em hora de ponta e vai cheirar a sabonete. Garanto.
Descansámos em parques, exasperámos a percorrer avenidas intermináveis à torreira do sol, vimos tango ser dançado nas ruas.
Conhecemos pessoas improváveis, como a americana “Dolores”, residente no segundo hostel em que ficámos, que começou a viajar quando o casamento acabou ou o Norman, alemão apaixonado pelos falares castelhanos que foi autodidacta do dialecto à força de oaluvir diariamente o programa da manhã de uma rádio local.
Aprendemos que croissant aqui são medias lunas e uma calle se chama na verdade “caje”.
Deambulámos no calor das noites embaladas por Caubernet Sauvignons e Malbecs. Tivémos conversas sérias e profundas e aparvalhámos por dá-cá-aquela-palha.
Fomos surpreendidas uma, e outra e outra vez por homens lindos que deveriam ser saídos de filmes e não de cafés, bancos, supermercados.
Viramos agora temporariamente as costas a esta cidade maravilhosa para gozar o carnaval noutras paragens, mas voltaremos… Ó se voltaremos.
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