Para além do número de bandeiras estas fotografias (tiradas no 1º e no último dias de viagem) tem muitas diferenças mais.
Já vi muitas pessoas que fizeram grande viagens descreverem o que levam na mochila. Seja lista no respectivo blog, seja video enquanto a arrumam, isto é sempre feito ANTES da viagem.
E a conclusão a que cheguei é que, se estivesse a fazer a mala para a mesma viagem AGORA, no fim, seria uma mochila diferente, com menos coisas e peso.
O peso! O pesadelo de qualquer viajante. Não por restrições de uma qualquer companhia aérea (Deus-ou-alguém me livre de andar com + de 20 kg às costas!!!), mas por restrições pessoais. Porque o desprendimento material desempenha o seu papel importante em qualquer viagem (quem não se sente tentado a não levar o Blackberry para a semana de férias no Algarve, levante a mão), mas especialmente numa viagem grande. E a importância deste papel aumenta tendencialmente durante a viagem. Com isto em mente, decidi fazer a mala "agora". Ou por outra, enunciar alguns itens que considerei indispensáveis, ou muito úteis, vá (porque a única coisa que é verdadeiramente indispensável é a vontade de viajar), durante este tempos. Outros itens, podiam ter ficado em casa (alguns ficaram).
ITENS INDISPENSÁVEIS (ou muito úteis, vá):
- Kit melhorzinho
Com isto refiro-me a um vestido preto ou uma camisa ou um polo discreto. Normalmente isto é aconselhado para eventuais visitas a embaixadas ou consulados. Não por mim. Acreditem, a não ser que necessitem de algum visto especial ou a vida vos corra mal e percam o passaporte, não vão precisar de estar perante um cônsul ou embaixador. Já perante um porteiro da discoteca mais in no momento numa qualquer cidade... é mais provável. E como estes senhores por vezes dificultam mais a entrada na referida discoteca do que o eventual cônsul ou embaixador num país, é melhor ir prevenido.
- Uma fronha de almofada
Serve para usar como fronha de almofada (há hostels que dão almofadas, mas não fronha - ?!?), caso não haja almofada, pode-se encher com roupa (também por isto é útil para acampar), ou ainda serve como saco de roupa suja para levar para a lavandaria e... não ocupa espaço.
- Kit de costura
Self-explanatory
-Lanterna
Útil não só para ir à casa de banho (e casa de banho aqui é eufemismo) quando se está a acampar, mas também para ler na cama em dormitórios, ou procurar algo na mochila no escuro de uma camioneta nocturna.
- Cuecas
Há quem defenda trazer só 3 ou 4 pares de cuecas para a viagem. Discordo completamente. Não ocupam muito espaço e não vão ter paciência para lavar a cada 2 dias e vão acabar por comprar mais. No mínimo recomendo, cerca de 7 (para uma semana) mas eu acabei a viagem com 10.
ITENS DISPENSÁVEIS (ou acabei por abandoná-los durante a viagem, se é que os trouxe):
- Saco-cama
Este é, para mim, possivelmente, o item mais dispensável de todos (excepto se também tiverem o restante material de campismo). Sempre que precisarem de um saco-cama (para trekkings, por exemplo) haverá para alugar ou comprar.
- Itens de higiene
Trazer o menos possível é a palavra de ordem. Não há champôo que dure 6 meses ou 1 ano (por muito que poupem), por isso vão ter sempre de comprar mais. Assim sendo, mais vale andar com pouco peso.
Dica: guardem as embalagens mais pequenas e assim sempre podem pedir um pouco a alguém ou dividir embalagens maiores entre mais pessoas.
- Roupa muito quente (e pesada)
Quando saí de Lisboa, a peça mais quente de vestuário que tinha era uma sweat-shirt. Pensei (e não me arrependo) que "se estiver muito frio, haverá roupa quente à venda". Esta lógica é imbatível. Podem acabar com uma camisola horrível feita em alpaca com luvas e gorro a condizer, mas de frio não morrem.
- Livros
Quem gosta de ler (é o meu caso ) tem tendência para trazer demasiados livros para qualquer viagem. Não é que não os leia todos, pelo contrário. Nunca são suficientes. Assim, mais vale trazer só um e ir trocando nos hostels ou comprando outros em segunda mão.
- Guias turísticos
Chegámos ao grande tabu! Quem, no seu perfeito juízo, arranca para a outra ponta do mundo sem o Lonely Planet?! Afinal, já não estamos no séc. XVI...
Pois... eu. A I. trouxe um, por isso, nos primeiros tempos, vali-me disso. Depois do Perú e como não quis carregar o peso-extra acabei por perceber que 4 em cada 5 viajantes que encontro num hostel estão agarrados a um desses livros (o próprio hostel tem para consulta a maioria das vezes). Então a minha técnica passou a ser: pedir um guia emprestado, procurar o meu próximo destino, fotografar as páginas correspondentes e ficar com toda a informação que possa vir a precisar na câmara fotográfica. Atenção! Não estou aqui a dissuadir ninguém de comprar os guias. Eu compro os guias. Eu amo os guias. Eu viajo ATRAVÉS deles. Só não gosto de viajar COM eles.
- Medicamentos
Não exagerem nos medicamentos que trazem. Em todo o lado há aspirinas e anti-inflamatórios etc. Tragam sim, aquilo que não se encontra com facilidade ou pode necessitar de receitar médica (mulheres, ler a secção mulheres infra). Como por exemplo, um antibiótico de largo espectro, ou uns comprimidos que vocês tenham de tomar por indicação de um médico, profiláxia da malária (caso vão para locais afectados - o que podem consultar, bem como outra informação relevante para viajantes aqui).
Secção gaja (meninos, são muito bem-vindos, mas se forem ali e já vierem... amigos como dantes!)
- Itens depilação
Em qualquer parte do mundo uma mulher é vaidosa. De forma mais rústica ou mais moderna, haverá sempre quem faça depilações.
- Pílula
Este é dos tais medicamentos a trazer em quantidade suficiente. Em primeiro lugar, porque podem não encontrar a vossa específica. Depois, porque "cada cabeça sua sentença" e nada garante que no país onde estão, não seja preciso receita médica ou visto papal ou presidencial para tomar a pílula.
Para além destas coisas tinha também: um par de ténis, umas havaianas, 2 pares de calças, 1 vestido (para além do tal preto), 4 tops e 3 tops de manga comprida. Resumindo, tou FARTA da minha roupa!