Liftoff

Despedidas ao longo de dias culminam no Aeroporto da Portela e no embarque no avião que nos leva a Londres. Digo "nos" porque não venho sozinha. Tive a sorte de uma amiga pensar da exacta igual forma na exacta igual fase da vida. Quais as probabilidades? Não importa... Tenho para mim que as coincidências só ocorrem quando reparamos nelas.

Desta passagem por Londres retive:

- uma aterragem entre flocos de neve;

- o paradoxo de uma exposição interactiva chamada DECODE no Victoria & Albert Museum, edifício de claustros abobadados, pés direitos de causar vertigens às aves e alas magistrais;

- um encontro e uma conversa com uma padaria demasiado quente num entardecer demasiado frio;

- regresso ao aeroporto e novo embarque num avião. Desta feita, num 747 - um dos maiores bichos que já vi e, ainda assim, dono da elegância que atribuo a todos os aviões;

- o atraso de 1h na partida para que, segundo o comandante, "descongelem" as asas do avião (WTF??). Penso, como sempre que me avisam de um qualquer problema num avião no qual me encontro a aguardar descolagem, "Demorem lá o tempo que quiserem. Eu espero".

Acredito piamente que quanto mais andamos de avião mais desafiamos a lei das probabilidades, pelo que facilmente me, já velhinha, a percorrer o mundo a pé, de barco, ou comboio.